domingo, 22 de abril de 2012

Oficina de planejamento (21 - 22/04/2012)






Para nós, que estivemos conduzindo esta oficina, foi extramente gratificante esse momento de discussão, orientação e planejamento das demais atividades que serão executadas nas próximas semanas. Ficamos ainda mais contentes porque percebemos que os pesquisadores entenderam, através das técnicas e ferramentas que utilizamos, nossas preocupações em relação ao andamento da pesquisa e o que, de fato, temos como objetivos centrais.
A leitura dos textos etnográficos permitiu entender como se dá o processo de escrita, quando nos propomos a descrever um ritual, uma prática cultural ou mesmo a história de um lugar. Possibilitou também esclarecer não só a performance do narrador/morador/pesquisado, como também a do pesquisador, ou seja, como ele deve se inserir em campo, as estratégias e os meios para conseguir as informações dos interlocutores, a interação necessária entre sujeito pesquisador e sujeito pesquisado, porque ambos são sujeitos (sentem, percebem, interagem, se emocionam, etc.).


Vimos que a importância das imagens na reconstrução das memórias e a importância da produção de imagens no registro para as gerações futuras.
Bem, para reiterar que foi dito na oficina, abaixo colocamos algumas das observações que pontuamos no final de semana.

  • Não dissociem os personagens dessa história de seus lugares; eles estão imbricados um no outro, portanto, deixe que seu entrevistado conte a vida dele, pois é nela que aparece a história da cidade.
  • Não limite a conversa/entrevista ao tema ou área que você está pesquisando, pois numa narrativa poderá aparecer outras informações interessantes e importantes.
  • O roteiro, como foi dito, não é uma camisa de força; ele é um elemento norteador da trajetória do pesquisador. Ele deverá ter sensibilidade de perceber outras possibilidades e ponderar alterações no roteiro original. Entretanto, não deve perder de vista os objetivos finais da pesquisa.
  • O envolvimento é um aspecto importante porque permite que o pesquisador produza relatos “vivos”, onde os personagens que aparecem nessa história tem cor, cheiro, sentimentos. Mostra também que o pesquisador é gente, de “carne e osso”, e também é suscetível de se emocionar. Se o trabalho está proporcionando isso é sinal de a pesquisa está no caminho certo.
  • As ferramentas do pesquisador não devem impedi-lo de estar concentrado no diálogo com o entrevistado. Na hora da entrevista faça anotações pontuais; deixe pra escrever em detalhes depois, quando estiver em casa.
  • As aventuras e desventuras no processo de pesquisa é perfeitamente normal. Não existem receitas prontas para solucionar essas questões. Persistência inteligente (usar de estratégias de persuasão, respeitar os limites da ética e da conveniência).

Outras informações serão repassadas no grupo do mapeamento.

Saudações! 


6 comentários:

  1. Foi muito legal o nosso encontro, pois sempre nesses momentos de interação revemos nosso trabalho, buscamos novo modo de continuar o que começamos, para também conquistar novos horizontes da rica cultura de nossa bela Carinhanha. Além disso, esses momentos revigoram nossas energias e alimenta ainda mais nosso ânimo enquanto pesquisadores e autores dessa tão grandiosa obra.
    Vamos lá minha gente, e bom trabalho para todos. Lembrem-se:
    "As dificuldades sempre existirão em nossa vida, mas o maior problema é que as encaramos como impecilhos ou impedimentos para o nosso progresso cotidiano enquanto ser humano". (Anderson Dias)

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  2. Poético caro Anderson!Eu também estou satisfeita com esse novo encontro, pois proporcionou tirar as nossas dúvidas, e dando também uma grande injeção de ânimo para continuarmos firmes e fortes. Eu por exemplo estava achando muito difícil a tarefa da produção textual, ficava insegura, será que está certo? será que devo escrever isso? nossa estava dando um desespero. Agora é seguir as dicas dessa equipe admirável e fazer o nosso melhor, pois assim como estamos sendo prestigiados em estar fazendo parte desse trabalho que só vem somar aos conhecimentos, tanto para a vida pessoal quanto profissional, o mínimo que podemos fazer é retribuir fazendo um bom trabaho. ( Magda Lima).

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  3. O encontro foi muito importante, colaborou para clarear nossos caminhos no decorrer do mapeamento, pois tenho certeza que nossa pesquisa vai ter uma visão mais ampla sem perder nem um dos mais simples detalhes que pode enriquecê-la.

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  4. Valeu gente, obrigado pela "equipe admirável". Esse Anderson é um poeta mesmo... Olha aí Mackellene.
    Abs

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  5. É isso mesmo colegas, aprendi bastante com as explicações da Simone, Ana e Ronaldo, espero realmente que todos tenham clareado as ideias, como disse a Mgda. Força e coragem e tudo dará certo.
    Abraçs,
    Joana Magalhães

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  6. Eu vi, Ronaldo. Beleza mesmo! E é como a Adélia Prado, no vídeo que a Ana mandou (http://www.youtube.com/watch?v=EIpJmayJZVE), diz: "a beleza é uma experiência".

    Mas, gente. O feedback não diz respeito apenas ao que vocês acharam da oficina no sentido de se ela foi boa ou ruim, não. Mas no sentido mesmo de saber como, em que a oficina fez com que você refletisse (ou ressentisse) sua própria escrita, sua fala, suas percepções do mundo.

    Estou ansiosíssimo para ler sobre isso.

    Um abraço forte!

    Léo Mackellene

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