domingo, 29 de abril de 2012

Algumas fotos de Barra do Parateca

Segue abaixo algumas imagens da comunidade de Barra do Parateca, que registrei no dia em que estive conhecendo o local, em 25 de abril último.

Vila de casas na margem do rio

Rio São Francisco

Uma das escolas municipais, construída pelo Exército

Igreja Católica

Templo de Umbanda Cosme e Damião

Altar do templo

Encontro com os pescadores



Na manhã da quinta-feira conseguimos reunir um grupo de pescadores de Carinhanha, na sede da Associação dos Pescadores e Piscicultores do Velho Chico, para contar um pouco de suas trajetórias e das memórias que possuem do ofício da pesca, das histórias vivenciadas no Rio São Francisco a das histórias mais que verdadeiras que eles contam!



Foram momentos de muito bom humor, descontração e saudosismo quando cada pescador teve a oportunidade de contar um pouco de suas experiências. As pescarias, o medo e as visões dos seres do Rio, a escassez de peixe e a morte foram alguns dos temas abordados pelos pescadores.
Esperem para ler... em breve!

O "Movimento de Mulheres" de Carinhanha




Após uma tarde de visitas, realizadas na segunda-feira, conseguimos reunir um grupo de mulheres que tiveram uma destacada participação nos movimentos sociais de Carinhanha. A atuação do chamado “movimento de mulheres” teve a participação de professoras, freiras, funcionárias públicas e donas de casa que através das pastorais sociais da igreja católica travaram diversas lutas em defesa da mulher, dos direitos territoriais das comunidades negras rurais e, sobretudo, por uma nova forma de governar a cidade.


Durante a conversa, as mulheres contaram, a partir de suas memórias, a trajetória política do grupo, as manifestações que organizaram, as lutas travadas, as experiências socializadas nos eventos em que participaram e a fundação do Partido dos Trabalhadores em Carinhanha, cujo grupo fundador era predominantemente feminino.
O relato das histórias do movimento de mulheres será detalhado nas páginas do livro. Aguardem!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Novo levantamento



NOME
ATIVIDADES
LOCAL
Sônia
Dona Maria José
Feirinha / Vila São João
Joana
Conversa com os moradores mais antigos para construir um histórico da comunidade de Angicos
Angicos
Kely, Ana Maria e Socorro
Barqueiro;
Sapateiro;
Maria Curandeira;
Genário (esposo de Dona Maria Curandeira);
Sede
Damião
Vapor Cachoeiro;
Sr. Nonô;
Sede
Anderson
Professora Elizabete e Carmem;
Artes visuais;
Sede
Magda e Cristiane
Chiquinho Doido, Jota Doido;
Dona Maria da banda ( chuva );
Sede
Geane
Dona Perolina (parteira);
Contemplar as duas histórias da Filarmônica;
Sede
Sara
Escoteiros.
Sede
Iela
Seu João Ferraz (quebra-queixo);
Guiomar (cocada e Chupetinha );
Sede
Iranilde
Capela;
Licor de Dona Creusa;
Sede
Ronaldo e Simone
Movimento de mulheres;
História de pescadores;
Genésio dentista;
Barra do Parateca: levantamento geral da história;
Visita a Tapera;
Dissertação de mestrado sobre Barra do Parateca;
Barra do Parateca, Tapera
Dalva e Lucinete
Seus Didi, utensílios de madeira tradicionais, conhecimentos de ervas medicinais.
Rituais funerários: fabricante de caixão, costureira de mortalhas.
Carregadeiras d’agua.

Sede, Cheira Cabelo
Wesley Brunno
Alonsinho, Clube de mães.
Sede

Nossa programação nesta semana (23 a 26/04/2012)



Segunda-feira
14:00h - Visita a Dona Detinha (mãe do Anderson);
16:00 – 20:00h - Reunião: as memórias das mulheres de Carinhanha
Visitamos a casa das representantes do movimento de mulheres para convidá-las para a reunião que ocorrerá no hotel de Dona Darinha.

Terça-feira
08:00h - Agendamento da conversa com os pescadores;
Fomos a associação dos pescadores para agendar uma roda de conversa sobre as memórias dos pecadores na quinta-feira. Encontramos Seu Onório e Seu José que se prontificaram a convidar os velhos pescadores de Carinhanha.
16:00h - Reunião com os pesquisadores;
18:00h - Encontro das mulheres;

Quarta-feira
07: 00 - Visita a Barra do Parateca (dia todo);

Quinta-feira
09:00h - Roda de conversa: “as memórias dos pescadores”;
16:00h – Partida para Salvador;

7º Encontro das Águas e dos amigos 2011



domingo, 22 de abril de 2012

Oficina de planejamento (21 - 22/04/2012)






Para nós, que estivemos conduzindo esta oficina, foi extramente gratificante esse momento de discussão, orientação e planejamento das demais atividades que serão executadas nas próximas semanas. Ficamos ainda mais contentes porque percebemos que os pesquisadores entenderam, através das técnicas e ferramentas que utilizamos, nossas preocupações em relação ao andamento da pesquisa e o que, de fato, temos como objetivos centrais.
A leitura dos textos etnográficos permitiu entender como se dá o processo de escrita, quando nos propomos a descrever um ritual, uma prática cultural ou mesmo a história de um lugar. Possibilitou também esclarecer não só a performance do narrador/morador/pesquisado, como também a do pesquisador, ou seja, como ele deve se inserir em campo, as estratégias e os meios para conseguir as informações dos interlocutores, a interação necessária entre sujeito pesquisador e sujeito pesquisado, porque ambos são sujeitos (sentem, percebem, interagem, se emocionam, etc.).


Vimos que a importância das imagens na reconstrução das memórias e a importância da produção de imagens no registro para as gerações futuras.
Bem, para reiterar que foi dito na oficina, abaixo colocamos algumas das observações que pontuamos no final de semana.

  • Não dissociem os personagens dessa história de seus lugares; eles estão imbricados um no outro, portanto, deixe que seu entrevistado conte a vida dele, pois é nela que aparece a história da cidade.
  • Não limite a conversa/entrevista ao tema ou área que você está pesquisando, pois numa narrativa poderá aparecer outras informações interessantes e importantes.
  • O roteiro, como foi dito, não é uma camisa de força; ele é um elemento norteador da trajetória do pesquisador. Ele deverá ter sensibilidade de perceber outras possibilidades e ponderar alterações no roteiro original. Entretanto, não deve perder de vista os objetivos finais da pesquisa.
  • O envolvimento é um aspecto importante porque permite que o pesquisador produza relatos “vivos”, onde os personagens que aparecem nessa história tem cor, cheiro, sentimentos. Mostra também que o pesquisador é gente, de “carne e osso”, e também é suscetível de se emocionar. Se o trabalho está proporcionando isso é sinal de a pesquisa está no caminho certo.
  • As ferramentas do pesquisador não devem impedi-lo de estar concentrado no diálogo com o entrevistado. Na hora da entrevista faça anotações pontuais; deixe pra escrever em detalhes depois, quando estiver em casa.
  • As aventuras e desventuras no processo de pesquisa é perfeitamente normal. Não existem receitas prontas para solucionar essas questões. Persistência inteligente (usar de estratégias de persuasão, respeitar os limites da ética e da conveniência).

Outras informações serão repassadas no grupo do mapeamento.

Saudações! 


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Orientações para as fotografias

Observem tudo, as cores, os detalhes, onde as pessoas e objetos estão localizados nas fotos. É no centro da foto? É em um dos cantos? Pode ficar bom tanto num ângulo quanto noutro. Procurem tirar várias fotos de uma mesma coisa de vários ângulos, de longe, de perto, de cima, de baixo, de lado.

Movimentem-se ao redor do que querem fotografar, vejam em que posição a foto fica mais bonita. Observem o entorno, o detalhe.



ATENTEM PARA A LUZ.


Toda vez que vemos uma fotografia (eu, você) fazemos leituras dela. Lemos com os olhos, observando cada elemento dessa foto e a distribuição deles, fazendo com que a foto fique harmônica.

Fazemos uma leitura com o coração: sabe aquelas fotos que nos emocionam? 

Existem informações nas fotos. Quem fotografa quer dizer, em forma de imagem, alguma coisa. É como se fosse um texto, mas um texto escrito não em palavras, mas em imagens. 

Pensem nisso:
o que vocês querem dizer com as fotos que voces estão produzindo? 
Quem olhar para as fotografias de vocês vai se emocionar?


O que as pessoas que não são de Carinhanha e as que são vão poder aprender e apreeender de CARINHANHA a partir do olhar de vocês? 

Fotografia é uma técnica que nos permite fazer um registro, documentar as coisas, mas é também, principalmente, uma arte.

E arte se faz com emoção, com sentimento.

Enfim, aguardo o olhar afetuoso de cada um de vocês sobre cada pessoa, cada lugar, cada situação desse encontro e vocês com vocês mesmos. Afinal, são os filhos de Carinhanha fotografando outros filhos de Carinhanha. O olhar de vocês poderá ser visto pelo mundo todo. Afinal, estamos com este blog e ainda será feito um livro. 

Mas também não vão achando que logo as primeiras fotografias serão perfeitas!!! Não!
É preciso ver fotografias (muitas) pra gente aprimorar nosso olhar fotográfico. 


É isso, gente!

Um beijo grande pra vocês.
Equipe de Coordenação

sábado, 7 de abril de 2012

pra que seu texto valha a pena ser lido

Uma das principais características de um bom pesquisador é observar o detalhe, relatar o detalhe. Claro que o relato não deve ser prolixo (longo demais) mas também não deve ser sucinto (resumido demais). O ideal é que você descreva com certa riqueza de sensações, de sentimentos, de percepções, o cenário, as pessoas, o lugar, a situação. Não economize as palavras.

Quanto mais detalhes você puder mencionar, mais bonita a imagem, mais saborosa a narrativa.Quando estiver escrevendo, tente se colocar como leitor: você leria o seu relato até o final? O que, no relato que você fez, se não tivesse sido você, lhe chamaria a atenção e lhe prenderia a atenção ao ponto de fazer com que você o lesse até o final?

Enriqueça seu relato, meu caro, faça com que seu texto seja um texto que valha a pena ser lido.

Um abraço!
Equipe de Coordenação

Orientações para os pesquisadores

Olá pessoal, estou vendo algumas fotos e os textos que vocês estão postando e sinto falta de algumas coisas, muito embora os textos estejam nos trazendo muitas riquezas.

Primeiro: a ênfase da semana santa me parece estar sendo dada somente às pessoas da Igreja católica; mas e as pessoas do Candomblé por exemplo? Como eles vivenciam esse período de quaresma, de semana santa? Que rituais podem ou deixam de fazer nesse período? São elas indiferentes?

Segundo: sinto falta de uma descrição mais detalhada dessa pessoa entrevistada, do lugar da entrevista (não tenham preguiça de escrever, porque nós, coordenadores, não temos preguiça de ler). Quanto mais informação, mais rico será o resultado do nosso trabalho.

Terceiro: as fotos, penso que elas podem nos dizer muito mais do que estão dizendo, penso que o pesquisador deve aparecer mais no texto escrito (suas impressões, sentimentos, estranhamentos) do que nas fotos. Fotografem, além das pessoas, os objetos, os espaços, as casas, fachadas, o que estiver ao redor.

LEMBREM-SE: a nossa pesquisa é qualitativa e não quantitativa: isso quer dizer que temos que nos envolver com essas pessoas. Não estamos lá só para preenchermos as fichas, não devemos ter pressa. Conversem, transitem, vejam coisas, peçam pra ver coisas, puxem assunto, partam do principio de que vocês não sabem nada ou quase nada. 

Perguntem!!! Os "quando, onde e porquês" auxiliam no desenvolvimento de uma conversa. 

Ao postarem as fotos, descrevam a situação da foto, o lugar, os cheiros, os sons. Gostaríamos de estar nesse lugar com vocês, mas, como não podemos, precisamos que vocês nos aproximem o máximo possível desse momento. 

Por exemplo: nas fotos de Parateca havia, junto com a pesquisadora uma senhora e um senhor. Em uma das fotos, ele não está mais: onde ele foi? Por que saiu? O que é aquela parede de alvenaria que está por trás da senhora sentada? É uma pia? Um fogão a lenha? O que é aquele balde grande azul lá no fundo do quintal? Aliás, é um quintal ou é a frente da casa? As árvores que têm, ao redor, quais são? Que frutos elas dão? Que memórias aquelas pessoas têm em torno dessas árvores? 

LEMBREM-SE AINDA: as pessoas também têm curiosidades sobre a gente. Elas não estão lá só para nos responder coisas que perguntamos. Respondam a perguntas delas, deixem que falem, perguntem, duvidem. Pesquisa é uma relação social, humana. A conversa despretensiosa e informal é riquíssima. As vezes sabemos mais das pessoas nessas conversas do que no preenchimento de fichas. 

Então a gente tem que aprender aliar essas ferramentas ao nosso trabalho pessoal como pesquisadores, como seres humanos.

Equipe de Coordenação

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mapa de Ação Pesquisador-região (1ª etapa)

INTRUÇÕES

1. Clique na imagem com o botão direito do mouse e escolha a opção "Abrir link em uma nova guia".

2. Ao abrir a imagem noutra guia, posicionado sobre a imagem, o mouse "vira" uma lupa, clique novamente sobre a imagem para ampliá-la.

3. Use as barras de rolagem laterais para navegar pela imagem.






Obs: Salve a imagem no seu computador. Assim, fica mais fácil ampliá-la e visualizá-la sempre que precisar.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Apresentação



Contextualizando

Em 2010 e 2011, a prefeitura de Carinhanha realizou dois projetos de pesquisa que ensaiavam o trabalho de um mapeamento cultural. O primeiro chamou-se Carinhanha: entre rosas e veredas.

A ideia era reunir jovens estudantes de escolas públicas para, junto de seus professores, pesquisar, na literatura oral local, nos relatos das pessoas mais velhas, na memória coletiva, histórias ligadas ao Velho Chico.

O segundo chamou-se Carinhanha, entre o sabor e o saber.

O público deste segundo projeto era composto por pescadores, agricultores e cozinheiras e a ideia era construir o registro das práticas culinárias no município e entendê-las como parte da prática cultural da cidade.


Os projetos culminaram na publicação de dois livros, lançados durante o Encontro das Águas e dos Amigos.


Em 2012, a ideia é dar continuidade ao registro das tradições culturais de Carinhanha, ampliando esse registro através de um mapeamento dessas tradições e manifestações culturais. É reconhecer a verdadeira voz do povo que faz, no seu dia-a-dia, a verdadeira história de Carinhanha.